"Treinamos com 45 graus de calor!": Em Bagdá, Habib Oueslati, de Toulon, descobre um tipo de futebol completamente diferente

" Treinamos com 45 graus de calor! Foi difícil quando cheguei, mas tudo bem, me adaptei!" Após três anos no Chipre, Habib Oueslati (Toulon) ingressou no Iraque e no Al-Talaba, clube de Bagdá, em setembro. Ele está em quarto lugar na liga, faltando apenas algumas partidas e ainda na competição da copa.
Uma escolha surpreendente, mesmo para o meio-campista formado em Lyon e Angers. "Eu estava procurando um projeto e um agente me ligou: o Al-Talaba estava procurando um camisa 10. Quando você ouve "Iraque" na França, você fica um pouco assustado. Mas um amigo tunisiano que joga lá há três anos me disse que não havia problema. Na capital, tem tudo o que você precisa: shoppings, restaurantes... As pessoas são muito acolhedoras, mesmo que a cultura seja diferente. Por outro lado, já pegamos nove horas de ônibus para jogar do outro lado do país e lá você vê a polícia, o exército..."
Uma porta de entrada para o Golfo?E o futebol? O jogador do Toulon admite que o nível oscila entre a Ligue 2 e a National 2. Este habilidoso driblador, no entanto, confessa sua frustração por jogar em um time que não tem um espírito ofensivo suficiente para o seu gosto (1 gol em 24 partidas). "No Chipre, eles jogam com a bola, há um contra um. Aqui, é muito físico – eu realmente consegui desenvolver esse aspecto – e os iraquianos correm muito. As defesas são compactas, e quando você tira um jogador, sempre tem um segundo, um terceiro... É complicado."
Em termos de entusiasmo? "Há estádios muito grandes, mas jogamos para 10.000 a 15.000 espectadores. Há muitos outros clubes, como Zakho ou Al-Shorta. Os torcedores são apaixonados", diz o tunisiano, que atua nas categorias de base.
Habib Oueslati, que mora no hotel com outros jogadores (incluindo Louis Pahama, jogador do Toulon que faleceu efêmeramente), sente um pouco de saudade da esposa, que continua morando lá. Ele não sabe se ficará no Iraque, que continuará sendo uma "boa experiência humana". "Na Ásia, outras portas se abrem, especialmente nos países do Golfo. Talvez não a Arábia Saudita, mas o Catar, o Kuwait, os Emirados Árabes Unidos... Veremos."
Var-Matin